Órgão que representa 64 mil compositores e músicos do país reclama royalties de clipes.

A Gema, entidade alemã que cuida do recolhimento de direitos autorais e vários outros grupos que representam detentores de direitos entraram em 2010 com processo contra a Google. A cobrança chegou ao tribunal devido ao envio - em caráter temporário - de 12 vídeos sem autorização ou pagamento de royalties. Segundo a Reuters, sete clipes fazem atualmente parte do processo.
O Youtube tem afirmado publicamente que não tem qualquer responsabilidade legal sobre o conteúdo enviado por usuários - dizendo que ele verifica e por vezes bloqueia conteúdo quando os usuários alertam a empresa sobre supostas violações de leis. O site alega na Justiça que somente dá as condições técnicas para os internautas.
A corte de Hamburgo parcialmente deu razão ao YouTube ao concluir que o site não tem a obrigação de proativamente procurar possíveis violações de direitos, mas ressaltou que a empresa precisa tomar atitudes quando os proprietários dos vídeos pedem.
- Essa decisão é satisfatória - declarou um representante da Google, acrescentando que a conclusão do tribunal cria estabilidade legal para os sites ou usuários, quando lhes tira parte da responsabilidade.
Não está claro ainda se cabe recurso à decisão desta sexta-feira.
A decisão desta sexta-feira em favor da GEMA pode ser um grande golpe para o YouTube, pois especialistas afirmam que milhões de vídeos podem ser afetados em sua plataforma após o precedente na Justiça alemã.
GEMA exige que transmitem música via internet de forma gratuita são financiados por anúncios e devem pagar pouco mais de 10% dessa receita aos detentores dos direitos das músicas.
A decisão foi tomada menos de um mês após um tribunal de apelações EUA reabris ações da Viacom, da English Premier League e várias outras companhias de mídia sobre a publicação de vídeos protegidos por direitos autorais no YouTube sem a permissão de seus autores.
Tais processos são o centro de uma questão crucial para as empresas de mídia: como conquistar os telespectadores na internet sem ceder ao controle de programas de TV, filmes e música.
Fonte: OGlobo