Governo americano ameaça a capacidade da Icann para implementar seu programa de expansão de endereços na internet.
O contrato da Icann foi prorrogado pelos EUA até setembro Londres - Uma controvertida tentativa de expandir os endereços de Internet para domínios muito além dos convencionais, como .com, .org e .net, causou uma rara ameaça do governo dos Estados Unidos, que pode retirar uma licença essencial da organização que administra as funções centrais da Internet.

A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann) depende de seu contrato com o governo dos EUA para coordenar os endereços individuais que informam aos computadores onde localizar uns aos outros, e sem essa coordenação o funcionamento de uma rede efetivamente mundial não aconteceria.
Mas este mês o governo norte-americano alertou que as regras da organização sem fins lucrativos quanto a conflitos de interesse não eram rígidas o bastante e prorrogou apenas temporariamente o contrato da Icann -vigente desde que a organização foi formada, em 1998-, em lugar de renová-lo, como muita gente no setor esperava.
Se o contrato da Internet Assigned Numbers Authority (Iana) não for assegurado, a capacidade da Icann para implementar seu programa de expansão de endereços, a empreitada mais radical na história da organização, estaria sob ameaça.
As preocupações quanto a conflito de interesses derivam do fato de que antigos e atuais membros do conselho da Icann poderiam se beneficiar financeiramente da liberalização dos endereços da Web, porque têm vínculos com organizações que ganham dinheiro pelo registro de novos nomes de domínio ou prestando serviços de consultoria quanto à expansão.
No momento, as organizações estão restritas a pouco mais de 20 domínios de primeiro nível, tais como .com, org e .net, acompanhados pelos domínios nacionais, tais como .br para o Brasil.
A ICANN deseja permitir que marcas, cidades e empresas desejosas de criar novos negócios na Internet se candidatem a manter domínios próprios, por exemplo .apple, .nyc ou .gay, o que lhes ofereceria maior controle sobre sua presença na Web e uma maior escolha de nomes.
"Não conceder o contrato Iana à Icann equivaleria a demoli-la completamente", disse Philip Corwin, diretor jurídico da Internet Commerce Association, organização que congrega os investidores e as empresas que trabalham com nomes de domínio.
"A Icann precisa daquele contrato para ter a autoridade necessária a fazer com que esse programa funcione", disse.
Fonte: Exame