Técnica usada permitia instalar cookies no navegador para personalizar anúncios, mesmo quando usuário desabilitava o recurso.
Depois de uma reportagem do The Wall Street Journal que revelou que o Google "enganava" o navegador Safari para promover o serviço Google+, a Microsoft também acusou a empresa de "enganar" o navegador Internet Explorer para instalar cookies que permitem personalizar anúncios para o usuário, mesmo que a instalação esteja desabilitada.
Cookies são arquivos que permitem que o site rastreie a navegação do internauta na web, de modo a entender quais são suas preferências e, depois, mostrar anúncios personalizados - ou seja, que tenham mais chances de serem interessantes àquele usuário. Alguns navegadores, como o Safari, bloqueiam a instalação desses arquivos no navegador, como padrão, de forma a proteger a privacidade do internauta.
No caso do Internet Explorer, o navegador recebe de todos os sites um arquivo com a especificação P3P, que indica qual o propósito da instalação dos cookies no navegador. Dependendo do tipo de propósito especificado, o Internet Explorer deixa que o site instale os arquivos. Segundo a Microsoft, os sites do Google enviam um arquivo falso no lugar do P3P para "enganar" o navegador, de modo a instalar os arquivos sem permissão.
Para evitar que o Google continue com a prática, a Microsoft liberou uma lista de proteção contra rastreamento, que deve ser adicionada pelos usuários ao Internet Explorer. Ela impedirá que o navegador envie informações sobre a navegação para os sites do Google. O novo recurso, porém, não funciona para usuários do Internet Explorer 9. A Microsoft afirma, no blog oficial, que está analisando outras mudanças que podem ser realizadas no Internet Explorer no futuro para impedir problemas similares.
O Google enviou um comunicado sobre o assunto ao site Cnet: "É senso comum - inclusive na Microsoft - que é impraticável atender ao pedido da Microsoft ao mesmo tempo em que oferecemos modernas funcionalidades da web. Nós estamos sendo abertos quanto a nossa postura, da mesma forma como diversos outros sites", disse Rachel Whetstone, vice-presidente sênior de comunicação e políticas do Google.
Segundo o Google, de acordo com um levantamento realizado em 2011, mais de 11 mil sites da internet não enviar arquivos P3P em conformidade com os requisitos do Internet Explorer.
Internauta processa Google por "enganar" o Safari
O Google está sendo processado por violar a privacidade dos usuários do Safari por burlar as regras de instalação de cookies. Matthew Soble, um internauta de Illinois (EUA) contratou advogados que entraram com um processo contra a empresa de buscas na última sexta-feira (17). "Trata-se de uma ação intencional do Google, que sabe as políticas que violou", disse Soble, no processo.
De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o Google afirmou que não comentará sobre o processo em andamento.
Fonte: Ig