O acesso dos filhos à internet é uma preocupação comum aos pais. Psicólogos explicam quais limites devem ser impostos para que as horas online não atrapalhem o rendimento escolar e a convivência com amigos.
A dificuldade de Yan Wallace Santos é só para subir na cadeira. Aos quatro anos, o menino entende tudo de computador.
“Os brinquedos estão todos parados. Ele não usa, não brinca. O brinquedo dele usa um dia, depois deixa de lado e volta para o computador”, conta Jéssica Martins dos Santos, mãe do Yan.
Lúcia Franco precisou ser rigorosa. No ano passado, a filha Mayara quase repetiu o ano. “Era excelente aluna. Desenvolveu interesse por computador e perdeu interesse pela escola. Lição, trabalho, deixou de fazer e eu era chamada na escola por isso”, diz. Depois do susto, a mãe foi radical e limitou o uso do computador.
Não dá para deixar crianças e adolescentes fora do mundo virtual, mas também não dá para liberar a internet pelo tempo que eles querem. O Jornal Hoje ouviu profissionais que trabalham com essa realidade para saber quais os comportamentos que devem acionar o sinal vermelho para os pais.
“Tudo aquilo que está sendo acrescentado na vida, que venha a partir da internet, é saudável. Tudo aquilo que restringe vida é algo para pensar”, afirma Rosa Maria Farah, psicoterapeuta..A psicoterapeuta que estuda o comportamento de jovens e adolescentes no mundo virtual lembra que a internet é fonte de conhecimento e informação. Os pais só devem se preocupar quando o jovem não quiser comer, passar a dormir menos e preferir ficar na internet a sair com amigos ou família.
O uso excessivo de internet já é considerado dependência não química, assim como vício em jogo, compras e comida.
Os pais devem ficar atentos quando o jovem passa tempo demais no computador e só se relaciona virtualmente; não se diverte fazendo mais nada e começa a ter perdas na escola, no rendimento físico e até no sono.
Proibir não é a solução. Os pais devem acompanhar bem de perto essa relação. “A questão é sempre estimular a autonomia. Ensinar o filho a fazer escolhas. Se você forma uma pessoa que sabe fazer escolhas, ela vai acabar escolhendo na internet também”, garante Juliana Bizeto, do Ambulatório de Dependência Não Química da Unifesp.
Fonte: Jornal Hoje